Lojista, o freguês trouxe um presente pra você |
Se
você tem um amigo que trabalha no comércio ele confirmará que nessa época do
ano (Natal e Ano Novo) o movimento é ótimo.
Todo
mundo comprando, presenteando e festejando. Estimulados pelo décimo terceiro,
pela alegria de estar comemorando mais um ano, pelo prazer da chegada do ano
novo.
Nessa
época do ano dá para perceber a gentileza e extrema bondade dos fregueses mais
pobres, que saem lá dos bairros periféricos, colocam uma roupinha mais nova, e
chegam meio tímidos à sua loja.
Eles
e elas, jovens e idosos, de todas as raças e de todos os credos, com os mais
variados sotaques regionais e às vezes errando concordâncias verbais e outras
vezes repetindo o gerúndio que assimilaram por contágio no relacionamento com
as atendentes de telemarketing, todos chegam com a alma desembrulhada,
preparados para presentear o lojista, a moça da embalagem e, principalmente, o
profissional que aprovar o crédito.
Trazem
nos bolsos somados mais de 1,1 trilhão de reais. É tanta grana que se
juntássemos o poder de consumo desses cerca de 100 milhões de brasileiros e
brasileiras, que alguns jornais resolveram chamar de “nova classe média”, formariam
em termos econômicos a décima sexta Nação do mundo.
Chegam
alegres e felizes porque têm o estranho hábito de não fazer poupança. Se
acostumaram, desde as épocas bravas da inflação, a gastar tudo dentro do mês.
Coisa
de pobre que ainda não tem educação financeira, apesar de começarem a prestar
atenção, aos poucos, no que é investir.
Trazem
de presente para o lojista uma agenda imensa. E haja parente, vizinhos,
sobrinhos, conhecidos, colegas de trabalho. E basta apenas uma atenção do
lojista que voltarão para seus bairros falando do vendedor ou vendedora e
recomendando sua loja. “Me serviram um cafezinho da hora.”
E se
forem bem recebidos na sua loja economizarão procura nas próximas vezes que
saírem às compras. Não vão se arriscar a serem mal tratados em outros
estabelecimentos, como tem sido a norma desde o século passado no Brasil.
“Para
aproveitar essa boa vontade da freguesia, basta o lojista, o vendedor, o
balconista, ou seja, quem estiver atuando no comércio, gostar de vender e
gostar muito mais ainda de gente”, explica Celso Amâncio, presidente da Agência
Consumidor Popular e que transfere para os clientes da Agência sua vastíssima
experiência dentro da Casas Bahia.
Celso
Amâncio trabalhou lado a lado com o “seu” Samuel Klein, fundador da Casas Bahia,
recentemente falecido. E aprendeu com ele e com a família Klein a tratar consumidor,
pobre ou rico, como gente.
Nos
29 anos que trabalhou com e para a família Klein, Celso Amâncio ganhou muitos
presentes dos seus fregueses: “Ganhamos fidelidade, pontualidade no pagamento e
uma propaganda boca a boca que fez a Casas Bahia a transitar tranquila por
todas as crises econômicas que afetaram o comércio”, explica Celso Amâncio.
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