Steve Jobs, criador da Apple |
A
resposta às reclamações dos consumidores que investem tempo para aplacar a
indignação de um mau atendimento é padrão. Independente da loja ou da rede de
lojas.
Começa
sempre pelo “agradecemos o contato”. Mudando, bobamente, o foco do assunto,
pois se trata se uma reclamação séria e não de um contato.
E
segue com frases do tipo “Esclarecemos a cliente (ou o cliente) que tomamos as
medidas necessárias para que situações como esta não ocorram novamente”.
Mais
um subterfúgio para fazer o reclamante pensar que o funcionário que o atendeu
mal foi sumariamente demitido. E, ao mesmo tempo, tirar a responsabilidade da
loja ou da rede e transferir o mau atendimento para o funcionário.
E a desculpa,
que substitui o esclarecimento que o cliente espera, é completada com frases do
tipo: “Nossa empresa promove treinamentos periódicos para que seus
colaboradores ajam de acordo com os princípios de respeito e consideração”.
Pronto.
As mãos estão lavadas, na mesma água que serve para simular respostas às demais
reclamações.
Respostas que mais comprometem do que restabelecem o
relacionamento com o consumidor irritado. E que são elaboradas e repetidas
apenas para dar satisfação aos sites de reclamação ou às redes sociais.
Celso
Amâncio, presidente da Agência Consumidor Popular, que por 29 anos como diretor
de crédito da Casas Bahia, treinou, estimulou e motivou cada um dos novos funcionários
contratados, afirma que além da seriedade de propósitos em proteger e preservar
o relacionamento com os fregueses, faltam a muitas redes e lojistas “contagiar
com o amor que têm pelo negócio seus funcionários e clientes”.
“Será
que o lojista ama o que faz? Será que seu amor pelo que faz contagia seus
funcionários? Será que os funcionários amam ou aprendem a amar o relacionamento
da loja com a clientela? Será que os funcionários, vendedores, lojistas,
profissionais do crediário sabem que ao amarem a loja e seus clientes que
ajudarão a manter seu próprio emprego e sua sobrevivência?”, insiste Celso
Amâncio.
O
treinamento de novos funcionários deve ir muito além da adaptação fria às
normas da casa, ensina o ex-diretor de crédito da Casas Bahia. “Se o dono ou
gerente não demonstra amor aos clientes, dificilmente contagiará seus
auxiliares”, diz Celso Amâncio.
Na
falta desse amor comprometido, os gestores da loja vão preferir o caminho mais
cômodo diante de uma reclamação. Um funcionário ou funcionária emitirá a mesma
desculpa esfarrapada para dar satisfação ao público externo. E o “desamor pela
clientela”, que os consumidores logo perceberão como irresponsabilidade
continuada da loja ou rede de lojas, se repetirá.
Até
que o abandono da clientela se alastre como uma metástase.
“Ou
caia a ficha e os gestores da loja ou rede de lojas aprendam que o verdadeiro
amor à clientela é recompensado amplamente com a atração de mais clientes,
redução da inadimplência e mais lucratividade para o empreendimento”, diz Celso
Amâncio.
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